Eleita a Copa das Copas pela imprensa internacional, os jogos e as festas fazem a alegria de visitantes e brasileiros.
Copa do Mundo parece mesmo ser muito mais do que somente futebol. Ela está se mostrando um evento contagiante, que envolve emoção, curiosidade, espetáculo, amizade, festa e muito mais.
O turismo vem recebendo dose extra de recursos e energia, com a presença das torcidas de seleções de todos os continentes. Mesmo depois de verem seus times derrotados na fase inicial, os torcedores não desanimam e seguem em festa e com muita disposição para aproveitar o que o Brasil tem de melhor para oferecer aos visitantes.
Amizade é conquista que se faz fora do campo
Milhares de australianos e os holandeses adoraram Porto Alegre, e provaram o churrasco gaúcho e samba. Os australianos, cuja seleção foi eliminada, partiram em seguida ao jogo para as festas, procurando confraternizar com os holandeses e se divertir com os brasileiros. Em seguida curtiram Florianópolis e Curitiba, conde a Austrália enfrentou a Espanha no dia 23 de junho.
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Já os jogadores alemães, que ficaram alojados na vila de Santo André, em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, em 14 casas especialmente construídas para a seleção alemã, visitaram escola da vila, conversaram com os índios Pataxó e assistiram sua apresentação de dança tradicional, além de fazerem passeio de barco em alto-mar.
O tranquilo lugarejo deu espaço para que pudessem fazer caminhadas na praia ou usufruíssem da piscina. Aderiram às músicas baianas, inclusive o “Lepo Lepo”, da banda Psirico, num clima de alegria.
No passeio de barco, em um veleiro de 35 metros, ouviram palestra do sul-africano Mike Horn, explorador que já viajou todo o mundo e passou por situações extremas. A seleção aprendeu a manobrar o barco para mudar sua direção, o que inspirou a imaginar qualquer situação e os meios para suportar a dificuldade.
Os jogadores alemães demonstraram a abertura de sua seleção para atividades fora do campo e para o contato com a população de Santo André. Na escola que visitaram puderam brincar e jogar bola com as crianças. Sua simpatia com os torcedores chama a atenção. Neuer vestiu a camisa do time do Bahia, num gesto de amizade. Sem se importarem com a diferença de idioma, falaram em alemão, abraçaram moradores e acabaram sendo compreendidos, no clima de calor humano e emoção, conquistando a todos.
Os nigerianos foram eliminados da Copa do Mundo, mas isso não tirou a excelente impressão que levam do Estádio Mané Garrincha, de Brasília. Segundo o atacante Peter Odemwingle, que joga na Inglaterra, esse é o melhor estádio em que ele já jogou em toda a sua vida. A opinião é de um jogador experiente, que já participou de duas Copas do Mundo, alem de uma Olimpíada. Para os jogadores nigerianos, o jogo no novo Estádio de Brasília marcou um momento memorável. Desde os treinos até o transporte para o Estádio, a opinião é de que foi uma experiência fantástica de organização. O técnico Stephen Keshi também elogiou o apoio da torcida e a organização do que, segundo ele, foi uma excelente Copa, com segurança, em estádios e gramados maravilhosos.
Os elogios dos jornalistas especializados
Para os jornalistas, o impacto positivo também está sendo impressionante. Pesquisa realizada entre os 117 correspondentes internacionais que estão cobrindo a Copa no Brasil apurou que, para 38,5% dos entrevistados, este Mundial está sendo o melhor que eles já viram. Os jornalistas estrangeiros elogiaram a Copa do Mundo no Brasil, que consideraram o melhor já visto, colocando a Alemanha em segundo lugar, com 19,7% das respostas e a África do Sul em terceiro, com 5,1%.
O jornal inglês Daily Mail escolheu o mundial brasileiro como a Copa das Copas, o melhor de todos os tempos, justificando sua escolha em uma lista de 10 motivos. São eles:
1. OS GOLS – A média de gols tem sido de 2,7 gols por partida, enquanto que a média tem sido de 2.6 gols. Na primeira fase da Copa foram marcados mais gols do que todo o mundial da África do Sul.
2. AS DEFESAS – tem sido emocionantes. Os goleiros tem sido escolhidos frequentemente como os melhores jogadores em campo durante as partidas.
3. AS TÁTICAS – o futebol tem sido ofensivo, com táticas interessantes.
4. A LOCALIZAÇÃO – o país tem encantado os estrangeiros por sua beleza e clima. Além dos gramados, estão conhecendo as florestas, montanhas e praias.
5. A INGLATERRA – os ingleses gostaram de sua seleção, mesmo que tenha sido eliminada.
6. A ESPANHA – a surpresa com a eliminação e derrota da Espanha.
7. AS COMEMORAÇÕES – a alegria das torcidas, as danças dos colombianos ao comemorar os gols, as celebrações em geral.
8. LIONEL MESSI – a presença de do atacante argentino.
9. A MARCAÇÃO URUGUAIA – os ingleses gostam do futebol truculento do Uruguai.
10. A COSTA RICA – a vitória e classificação da zebra costarriquenha, que surpreendeu o mundo.
A invasão argentina
Para assistir ao seu jogo de classificação nas oitavas de final chegaram a São Paulo 70.000 argentinos e agora são esperados 100.000 em Brasília, para o jogo das quartas de final contra a Bélgica, no dia 5 de julho.
Até agora o clima tem sido de muita festa, com direito a cânticos e bebedeira. Em São Paulo, o bairro boêmio da zona oeste, a Vila Madalena, recebeu milhares de argentinos, antes, durante e depois dos jogos. Pelas ruas é fácil escutar os argentinos cantando seus hinos e provocações à torcida brasileira. Mas mesmo assim, os brasileiros não perdem a esportiva e continuam a festa, um comportamento que tem sido elogiado pelos argentinos.
No entanto, diante das manifestações dos moradores do bairro, organizados em suas associações, na madrugada do dia 1º de julho, quando os argentinos comemoravam a sua classificação para as quartas de final, a polícia resolveu intervir, acabando com a festa.
O problema é que os moradores da Vila Madalena não conseguem dormir desde que começou a Copa do Mundo, pois o bairro virou o ponto de encontro de todas as torcidas, que adoram assistir aos jogos nos bares das badaladas ruas do bairro. Muitos tiveram que sair de suas casas para casas de parentes ou amigos, fugindo do barulho e da sujeira. Depois de uma semana do início da Copa a Prefeitura mandou instalar banheiros químicos que não existiam e passou a bloquear e controlar a entrada das ruas, o que não foi suficiente para diminuir os exaltados ânimos dos torcedores. O capítulo final foi na terça feira, quando uma ação policial de dispersão da multidão acabou por utilizar uma bomba de efeito moral contra os frequentadores, que saíram inconformados.
Os torcedores consideraram a ação truculenta e exagerada, porque não havia tumulto, apenas a festa. O dramático final foi provocado pela pressão que os moradores fizeram junto à prefeitura e órgãos policiais para defender o seu bairro. Ao mesmo tempo, os torcedores elegeram o elegante local como o mais interessante da capital paulista, aonde se pode assistir aos jogos, beber, cantar e dançar em clima de euforia. Neste conflito de interesses, talvez o poder do estado tenha sido inábil e exagerado e espera-se que os turistas continuem a prestigiar e elogiar a festa brasileira.
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