Onde está a felicidade? Qual o seu sonho?

Consumo, tempo com a família, viagens para o exterior, onde você acredita que está a felicidade?

A resposta a essa pergunta foi o que motivou a SPC Brasil a realizar uma pesquisa em maio de 2015, em que foram ouvidos 605 brasileiros, residentes em 27 capitais do país.

Ter mais dinheiro, na opinião de 20,6% dos entrevistados, é o que os faria mais felizes. No entanto, surpreendentemente, para a maioria absoluta dos pesquisados, 69%, a felicidade seria alcançada com um estilo de vida em que tivessem mais tempo com a família, mesmo que recebessem um salário menor.

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Aqueles que gostariam de ter mais dinheiro para serem felizes estão dispostos a trabalhar mais para conseguir esse objetivo, mesmo sacrificando o convívio com a família, os amigos e o próprio lazer. O percentual dos que apontaram essa preferência, entre os jovens, subiu para 28,4%.

Poder viajar também representa uma condição importante para a felicidade e isso foi apontado por 51,3% dos entrevistados. Para viajar estão dispostos a deixar de lado as compras com roupas, calçados e objetos pessoais. Essa preferência foi apontada com mais destaque pelos entrevistados das classes mais altas e principalmente com escolaridade mais elevada.

Já as classes C, D e E, pessoas com menor nível de escolaridade e jovens, num total de 26%, apontaram que deixariam de viajar para comprar o que desejam.

A pesquisa mostrou que as pessoas mais velhas valorizam muito mais a experiência que se obtém em uma viagem, como  forma de alcançar a felicidade, enquanto que os mais jovens valorizam o consumo. Os mais velhos, inclusive, foram os que mais se declararam felizes, na pesquisa. O tempo junto aos familiares também foi muito valorizado por eles.

O estudo mostrou que, além dos mais jovens estarem mais interessados em conquistar a posse de bens materiais, as classes sociais que ainda não tiveram a oportunidade de alcançar um bom nível de vida desejam chegar a um patamar de consumo maior, que consideram necessário para a felicidade.

Onde está a felicidade? Qual o seu sonho?
Imagem: Getty

Brasileiros se consideram felizes no trabalho

Uma outra pesquisa, chamada Pesquisa sobre Felicidade no Trabalho e Otimismo Profissional, realizada em agosto de 2015, pela Etalent, com 10.893 entrevistas, patrocinada pelo site de empregos Catho, mostrou que os profissionais brasileiros se consideram felizes com seu trabalho, em 39% dos casos. Em uma escala de 0 a 100, o grau de satisfação apontado ficou em 61,3 pontos. Acima de 50 pontos o índice era considerado positivo e significava conteúdo maior de otimismo e felicidade.

Segundo as regiões do país, os profissionais do Sudeste são os menos satisfeitos, com pontuação de 60,4. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste mostraram grau de satisfação maior, de 64,4 pontos. Os sulistas ficaram com 62,3 pontos.

A pesquisa mostrou que quanto maior o salário, maior o nível de satisfação dos profissionais. Quem ganha acima de R$ 2 mil tem grau de satisfação maior do que 62,4 pontos e quem ganha abaixo desse salário mostrou índice médio de 58,5%. Além da remuneração, outros fatores mostraram estar relacionados com a satisfação, como ambiente de trabalho, rotina, oportunidades de desenvolvimento, relacionamento com superiores e colegas.

Felicidade no mundo, segundo a ONU

Os países mais felizes do mundo, segundo o relatório da ONU World Happiness Report 2015, realizado pela Rede de Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis, com 158 países membros da ONU, demonstra que a felicidade faz parte da vida dos cidadãos dos países em que o Desenvolvimento Humano (IDH) é alto, onde há estabilidade econômica, qualidade de vida e paz social. Os países onde a felicidade é um bem escasso são aqueles com um PIB (Produto Interno Bruto) baixo, violência e violações dos Direitos Humanos.

Os indicadores considerados para medir o grau de felicidade são:

– O PIB per capita;

– expectativa de vida com saúde;

– apoio social, com a existência de pessoas com quem se pode contar;

– confiança, tanto na esfera privada, ou na vida particular, como na esfera pública, quando não se teme a corrupção;

– liberdade pessoal;

– generosidade, que se manifesta através de doações, de acordo com o rendimento.

O Brasil, nessa pesquisa, ficou em 16º  lugar. Logo acima do Brasil estão os Estados Unidos em 15º e México 14º. Logo abaixo do Brasil estão o Luxemburgo, em 17º e a Irlanda, em 18º .

Esta é a lista dos países onde existe o maior grau de felicidade, pela ordem:

  1. Suiça
  2. Islândia
  3. Dinamarca
  4. Noruega
  5. Canadá
  6. Finlândia
  7. Holanda
  8. Suécia
  9. Nova Zelândia
  10. Austrália

Os estudos sobre a felicidade mostram que não é apenas a renda que mede se o povo de um país é feliz. O que se observou é que o bem estar também depende de confiança entre os membros da sociedade. Tanto é importante o fato de poder contar com o apoio social na hora de um imprevisto, como também da generosidade, doações e ajuda voluntária. Como exemplo, os Estados Unidos tem o PIB mais alto do que os países da Europa, mas sua colocação no ranking da felicidade fica abaixo de países europeus menos ricos, mas que contam com mais segurança social, como é o caso da Suécia e Noruega.

A situação do Brasil, entre os mais felizes

A situação do Brasil pode ser considerada boa, por ser o 16º colocado, provavelmente pelo apoio social que se encontra entre a família e os amigos, apesar de ser um dos campeões mundiais quando se fala em corrupção, que desestimula a confiança no poder público.

Na pesquisa realizada pelo SPC Brasil, entre 620 pessoas, os entrevistados apontaram quais os seus principais sonhos de consumo, e que, se realizados, trariam a felicidade. É importante notar a diversidade que existe nos sonhos do povo, de acordo com as diferenças culturais. Provavelmente não encontraríamos os mesmos sonhos se a pesquisa fosse realizada em outros países.

São eles;

  1. Viajar para o exterior – o principal desejo apontado por 15% dos participantes
  2. Viajar pelo Brasil – 12% de respostas
  3. Comprar um carro – 9% das opções
  4. Viagens no fim de semana – 8%
  5. Fazer uma cirurgia plástica – 7% das respostas
  6. Tratamentos estéticos – 6,2%
  7. Eletrônicos – somente 4,9% das respostas

Os sonhos de consumo são adiados para um momento em que talvez a capacidade financeira possibilite sua realização. Em 89% dos casos é a falta de dinheiro que impede a sua conquista. O interessante é que as classes sociais sonham de acordo com a sua capacidade aquisitiva. Assim a classe A e B tem sonhos de consumo com valor médio de R$ 6,4 mil, que cai para R$ 4,8 mil quando o entrevistado pertencia à classe C, D e E.

Uma boa parte dos entrevistados, 21%, acredita que a realização de seu sonho de consumo vai levar de 1 a 3 anos, enquanto que 11% acham que seus sonhos não se tornarão realidade. A maioria respondeu que não sabe quando isso vai acontecer.

Sonhar antecede o consumo e varia conforme a classe social

Os consumidores das classes A e B colocam sua felicidade na realização de um sonho de consumo principal, as viagens. No entanto, viajar só representa uma grande conquista para 30% entre aqueles que pertencem às classes C, D e E. Um sonho que está presente entre os consumidores das classes mais baixas é poder frequentar bons restaurantes. O que não acontece para os da classe A e B, que já inclui a frequência a esses locais no seu dia a dia.

Os resultados da pesquisa mostraram que os sonhos variam conforme a classe social e que os consumidores das classes de menor poder aquisitivo limitam os seus sonhos a valores mais baixos, provavelmente porque conhecem a realidade e a dificuldade de concretizá-los. Isso quer dizer que buscam a felicidade em experiências mais acessíveis, nem por isso menos autênticas e intensas.

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