Os impactos do terrorismo e desastres naturais para o turismo

A insegurança nos destinos turísticos aumenta com a instabilidade política e catástrofes naturais. 

Os desastres naturais e atentados terroristas provocam um impacto na atividade turística e isso vem sendo notado em vários países onde eles acontecem, como o Nepal, a França, a Tunísia ou o Egito. As consequências se refletem na economia da região afetada e é importante conhecer a sua importância. Seus efeitos têm causas psicológicas e afetam tanto os turistas como os que vivem do turismo.

Um dos motivos mais comuns que provocam uma mudança no comportamento de turistas quanto à escolha de um destino para sua viagem é a catástrofe natural. Nesses casos, é a segurança no destino turístico que é abalada por desastres ambientais. As catástrofes são situações em que há uma condição excepcional, fora da normalidade e os comportamentos refletem essa condição. Mesmo um destino turístico extremamente valorizado e atraente, com uma grande demanda, após um desastre natural, passa a registrar uma queda expressiva no número de visitantes.

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Os impactos do terrorismo e desastres naturais para o turismo
Imagem: Pixabay / yakshup

As reações emocionais, com envolvimento pessoal, tem forte impacto na conduta das pessoas. Nessas ocasiões, as reações estão relacionadas com os valores pessoais. O medo tem uma grande influência nas atitudes e quanto maior o temor registrado, maior é o impacto nas condutas dos turistas, ao escolher um destino turístico.

Isso também acontece com atos de terrorismo. O 11 de setembro de 2001, com o ataque às Torres Gêmeas de Nova York, provocou um desastre para o turismo mundial. O número de turistas diminuiu em escala global e os rendimentos do turismo no mundo reduziram-se em 2,6%. Especialmente nos EUA, o turismo se reduziu em 13%. Todas as viagens aéreas foram afetadas, com grande número de cancelamentos.

Um dos efeitos registrados foi o aumento dos procedimentos de segurança para os voos, que passaram a exigir revistas, exames através de equipamentos detectores de metal, banimento de líquidos e produtos cortantes nas bagagens de mão, etc., o que provocou também o constrangimento dos turistas. O medo das viagens de avião passou a aumentar desde então.

Estudos realizados comprovaram que os atentados terroristas provocam mudanças mais fortes nas escolhas dos turistas por um determinado destino de visitação do que as catástrofes naturais, que levam a atitudes relativamente mais moderadas. Os eventos ambientais parecem ser vistos como pontuais e isolados. Já os atos terroristas, produtos da ação humana, levam à percepção de que o local é perigoso.

O turismo foi afetado pelo terremoto no Nepal

O terremoto que ocorreu em 25 de abril de 2015 devastou o Nepal. Uma impressionante queda no PIB do país, da ordem de 9%, veio em seguida. O Nepal obtinha seu rendimento do turismo. O desaparecimento dos visitantes, depois do terremoto, levou a economia do país a uma crise sem precedentes.

Milhares de nepaleses vivem do turismo, que sustentava o país. Até 2014 a frequência era de 800 mil turistas estrangeiros, que visitavam o Nepal para estadias de ao menos 10 dias. Nesse período gastavam US$50 por dia. Para um país em que a renda per capita é baixa, a perda é catastrófica.

Depois do terremoto, o aeroporto de Katmandu se transformou em um caos, com a fuga de turistas. A maioria que iria para o país desistiu de embarcar e os que estavam no país cancelaram a viagem e aguardavam no aeroporto a oportunidade de sair do país. Como seria de se esperar, todas as reservas foram canceladas em muitas agências de viagem e a perspectiva para quem trabalha com turismo é de um longo período de dificuldades pela frente.

Com cidades que são consideradas patrimônio da humanidade, como Katmandu e Bhaktapur, a visitação atraia a venda de artesanatos e a lotação dos hotéis. Essa é uma realidade que deixou de existir.

O terrorismo que afetou o turismo na França

O massacre dos jornalistas do periódico Charlie Hebdo, cometido em Paris, por terroristas, no início de janeiro de 2015, provocou um impacto na economia, levando medo aos frequentadores do comércio e dos serviços.  Logo após o atentado, o varejo na França, que se preparava para a grande liquidação de inverno, registrou uma queda de 3% nas vendas.

Os hotéis enfrentaram cancelamentos nas reservas e seus clientes telefonavam, buscando informações sobre a segurança. O setor de turismo na França concentra 7% da economia, sendo que esse é o país mais visitado do mundo. Após um período em que a polícia conseguiu controlar a situação, e depois das várias manifestações da população em repúdio ao terrorismo, o ambiente voltou ao normal. A reação do povo, após um ataque terrorista, é determinante para que sejam amenizadas as consequências na economia.

Os ataques terroristas na Tunísia e o turismo

A Tunísia atravessou a Primavera Árabe e conseguiu voltar à normalidade. É um país onde as instituições voltaram a funcionar, no dia a dia não há violência. Com suas belezas naturais, diariamente navios repletos de turistas entram em seus portos. O turismo é um setor estratégico na economia do país, já que 20% de sua receita provém dos visitantes. A Tunísia dispõe de hotéis modernos em centros turísticos bem equipados.

Depois dos atentados terroristas cometidos no Museu Nacional do Bardo, em Tunis e o que aconteceu na praia de Sousse, o turismo na Tunísia foi grandemente abalado.

Depois desses eventos, o governo da Tunísia determinou que mil policiais armados passarão a vigiar as zonas visitadas, para tentar neutralizar o golpe que sofreu a indústria turística, que é vital para o país. Esses policiais reforçarão a segurança dentro e fora dos hotéis e em locais mais frequentados, como praias e sítios arqueológicos. Esse clima de ameaça logicamente provoca um ambiente que influi nas atitudes dos turistas e suas escolhas, por representar um temor que afeta as condutas.

Portanto, o turismo é uma fonte importantíssima de receita. Não apenas na Tunísia, como em outros países árabes, antes da atual conjuntura de violência, a Líbia possuía grande visitação, bem como o Egito, bastante afetado atualmente, além da Síria e do Iraque, onde é o turismo deixou de existir.

Recomendações para o turista brasileiro em um contexto de vulnerabilidade

  1. Quando for ao exterior, certifique-se que seu passaporte está em ordem e se os vistos estão em dia.
  2. Antes de viajar, tire cópias de seu passaporte e de seu visto e deixe com alguém da família ou com amigos, eles poderão ajudar em uma emergência.
  3. Verifique se você tem uma cobertura de seguro para o exterior. É muito importante ter um seguro médico e com cobertura para despesas como evacuação médica e traslados para o Brasil.
  4. Informe-se sobre leis locais do país que for visitar. É importante que siga as regras locais e não afronte os costumes. Não exponha seu dinheiro, nem ostente joias que chamem a atenção.
  5. Não deixe bagagens desacompanhadas e não aceite se responsabilizar por bagagens ou pacotes de estranhos, isso pode ser muito perigoso, principalmente em aeroportos ou zonas de fronteira.
  6. Anote e leve consigo o endereço e o telefone do consulado brasileiro do país que vai visitar.
  7. Evite aproximar-se de protestos de rua ou aglomerações. Não reclame das normas de segurança que determinam a revista nos aeroportos, pois é a sua segurança que está em jogo.

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